Em um cenário onde a competição por talentos é intensa e a necessidade de se destacar é crucial, duas disciplinas surgem como parceiras indispensáveis para um grande impacto: a Marca Empregadora (Employer Branding) e o Neuromarketing. Podem parecer conceitos separados por um abismo, mas, quando os exploramos com mais atenção, é possível identificar uma forte ligação que tem o potencial de transformar a forma de atrair talentos e de consolidar a reputação de um negócio no mercado.

Para começar, é preciso entender sobre o que ambos os termos se referem. Employer Branding, nada mais é do que a habilidade de estabelecer uma reputação empregatícia robusta. Isso se cruza com o Neuromarketing que é o estudo da mente humana em relação às estratégias de marketing, através da perspectiva da neurociência. 

Dados apontam prova social como estímulo

Uma pesquisa da Sparc Start nos revela que 41% das pessoas que estão procurando emprego buscam depoimentos de funcionários ao considerar oportunidades. Nesse comportamento, observamos a influência da “evidência social” – o impulso instintivo que podemos ter para confiar nas decisões alheias. Por isso, empresas que compartilham experiências positivas dos colaboradores estão estimulando os circuitos cerebrais que impulsionam a confiança e a atração nas mentes dos potenciais candidatos. Louco pensar nisso dessa forma, né?

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Uma pesquisa trouxe à tona que, no Brasil, muitas pessoas usam as redes sociais para se candidatarem a empregos. De acordo com um estudo feito pela Page Outsourcing, que faz parte do PageGroup, os profissionais brasileiros lideram esse uso das redes sociais, com um percentual de 72,2%. Isso mostra o quanto as plataformas de redes sociais podem ser influentes para algumas situações.

A gente precisa pensar que redes sociais não são mais apenas para compartilhar fotos, elas hoje servem como palco para a exposição de narrativas autênticas, valores compartilhados e conexões emocionais. Principalmente para aqueles negócios que as utilizam de forma mais humanizada. Se formos analisar, é como se as empresas tivessem a oportunidade de criar um elo emocional direto com os candidatos e mesmo com seus já colaboradores. Conexão. 

Existe uma pesquisa do ReclameAqui que mostra que mais de 93% dos consumidores evitam empresas com má reputação. E se aplicarmos essa lógica ao Employer Branding? Os candidatos são consumidores de uma experiência de trabalho. Se a reputação da sua empresa no mercado de talentos está em jogo, isso certamente vai interferir nas decisões do candidato em questão. É como dizem, a primeira impressão é a que fica. Uma percepção negativa pode ser capaz de acionar reações cerebrais capazes de afastar esses potenciais talentos.

Investir em Employer Branding é importante

O investimento em Employer Branding traz resultados muito mais do que apenas se tornar uma empresa legal. O LinkedIn fez uma pesquisa chamada Employer Branding Essentials e mostrou que empresas com uma marca empregadora forte podem cortar os custos de contratação em até 43%. Quando as organizações investem no bem-estar do candidato, um ciclo emocional se desencadeia. Essa ação inspira um desejo inconsciente de retribuir, seja através do engajamento no processo de seleção ou da indicação de outros profissionais talentosos.

Um ambiente de trabalho harmonioso e alinhado com os valores dos colaboradores pode gerar o sentimento de satisfação e pertencimento. O sistema límbico, aquele que regula nossas emoções, é acionado. Aquelas empresas que compreendem isso e o incorporam em suas práticas estão mais propensas a colher os frutos de colaboradores tornando-se seus advogados/defensores de marca.

Quando analisamos com mais profundidade, através dos princípios da neurociência, a origem das ações e comportamentos das pessoas, é possível encontrar caminhos que nos levem a buscar soluções que fortaleçam a cultura organizacional, o que vai desencadear na melhora na atração de talentos, além de nutrir um vínculo emocional duradouro e mais forte com os já colaboradores.

Lembre-se: faça com propósito e de propósito. Só o que é verdadeiro se sustenta.